Publicado originalmente no site G1 SP., em 05/10/2017
Atriz Ruth Escobar morre em São Paulo aos 81 anos
Ela sofria de Alzheimer e morreu na tarde desta quinta-feira
(5) no Hospital 9 de Julho, na Bela Vista.
Por G1 SP, São Paulo
A atriz e produtora Ruth Escobar morreu na tarde desta
quinta-feira (5) aos 81 anos, informou a Associação de Produtores de
Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (Apetesp). Ela morreu entre 13h30 e
14h, no Hospital 9 de Julho, na Bela Vista.
Maria Ruth dos Santos Escobar nasceu no Porto, em Portugal,
em 1936, e se mudou para o Brasil em 1951. Ela foi uma das mais notáveis
personalidades do teatro brasileiro, empreendedora de muitos projetos
culturais, especialmente comprometidos com a vanguarda artística.
Ruth sofria de Alzheimer e vinha sofrendo com a doença nos
últimos anos. O velório começou no fim da tarde desta quinta no teatro que leva
o nome dela, que fica na Bela Vista.
A filha de Ruth, a cantora e atriz Pat Escobar, lamentou a
morte da mãe em sua página no Facebook. "Partiu! Mãe! Saudades de tudo! O
Christian estará aí para te receber! Agora só amor, paz, descanso... saudade!”,
dizia a mensagem.
Perfil
Ruth Escobar montou a companhia Novo Teatro, com o diretor
Alberto D'Aversa, e protagonizou peças escritas ou dirigidas pelo marido,
Carlos Henrique Escobar. Ela foi a estrela de espetáculos como "Antígone
América" (1962), "Mãe Coragem e Seus Filhos", de Bertolt Brecht,
em 1960, e "Males da Juventude", de Ferdinand Bruckner, em 1961,
ambas dirigidas por D'Aversa.
Em 1964, passou a investir mais no teatro popular,
transformando ônibus em palcos e levando peças para várias regiões de São
Paulo, no projeto Teatro Popular Nacional. Na década de 60, produziu peças como
"Júlio Cesar", de William Shakespeare.
Nos anos 70, produziu peças como "Missa Leiga", de
Chico de Assis, com direção de Ademar Guerra, em 1972. A montagem causou
polêmica por ter sido proibida de utilizar a Igreja da Consolação como palco e
acabou sendo encenada em uma fábrica.
Nos anos seguintes, ela se dedicou ao Centro
Latino-Americano de Criatividade e ao Festival Internacional de Teatro, em São
Paulo. Outra iniciativa de Ruth foi a Feira Brasileira de Opinião, em 1976, com
espetáculos dos mais importantes dramaturgos da época. O evento foi
"interditado" pela censura.
Em 1977, ela voltou a atuar. Ela interpretou Ilídia de
"A Torre de Babel" e trouxe a São Paulo o autor Fernando Arrabal para
dirigi-la.
A lista de peças ganha novos capítulos com "Caixa de
Cimento", quando foi dirigida por Juan Uviedo, e "Fábrica de
Chocolate, peça que ela produziu a partir de texto de Mario Prata sobre a
tortura.
Nos anos 80, ela deu uma pausa na carreira e foi eleita duas
vezes deputada estadual. Na mesma década, em 1987, lançou o livro "Maria
Ruth - Uma Autobiografia". Em 1990, retornou aos palcos, numa encenação de
Gabriel Villela, de Relações Perigosas, de Heiner Müller.
Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com
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